segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Respiro

Há algumas semanas, Anderson Gurgel me enviou um convite para integrar este blog. Não acreditei quando entrei e vi a relação de nomes de pessoas conhecidas que, de alguma forma, fizeram parte de minha trajetória de vida em Bauru. Coincidência ou não, há cerca de 2 meses um amigo que fez Letras na Unesp de Assis me pediu emprestado algum livro de jornalismo sobre lead e pirâmide invertida. Ele pretendia dar uma aula sobre redação jornalística (depois daquela descabida decisão do STJ, parece que todo mundo quer ser jornalista sem diploma). Fui procurar o material da faculdade. Lembrava que tinha um punhado de xerox de livros e capítulos de obras de Adorno, Marcuse, Benjamin, Humberto Eco, Freud, Saussure, da teoria da Bala Mágica (da aula de Sociologia do Murilo), etc, etc, etc. Pensei: o que ele está querendo é o livro do Nilson Lage. Bem prático, didático e incisivo sobre a redação jornalística. Também me recordava de que tinha guardado todo esse material numa caixa vermelha, afora os cadernos e as agendas. Quando encontrei a caixa, abri e a primeira surpresa foi encontrar os livros "Jornalismo Fin-de-Siècle", de Ciro Marcondes Filho, e "O que é Jornalismo", de Clovis Rossi. Automaticamente, meu pensamento voou para o Guilhermão, onde tivemos uma palestra com o mito vivo do jornalismo (logo depois, ainda lembrei-me de Caco Barcelos, de jaqueta de couro, descendo as escadas para nos ministrar palestra também no Guilhermão num outro dia. Pensei comigo: poxa vida, já faz 10 anos isso! E não era que o livro de Nilson Lage era um dos últimos acomodados no fundo da caixa? Mas até encontrá-lo, continuei mergulhando naquele universo vivido há uma década. Além dos xerox, encontrei vários trabalhos produzidos em grupos. Os nomes dos colegas, e suas respectivas imagens, vinham fácil à cabeça. Um flashback incrível. Fui passando as páginas e os nomes aparecendo. Legal lembrar que fiz trabalhos com várias pessoas e não tão somente com aqueles que tinha mais afinidade. Isso contribuiu para ter uma lembrança boa de praticamente todo mundo. Para minha surpresa, no meio do material achei panfletos de festas - alguns impressos, outros xerocados de desenhos feitos à mão por universitários da Unesp. Acho que todo mundo tem na memória os nomes das festas mais badaladas: Vampu Fervo e Tico Mia. Mas o que tenho aqui (e quase joguei fora antes de compartilhar neste blog) são: Boogie Woogie - a Festa do Tombo (dia 13/06 na avenida Cruzeiro do Sul); Vai comé ou qué quimbrulhi? (dia 28/07 no estacionamento da Unesp, com as bandas Abusyusy (não lembro dessa) e Fulô de Pessegueiro (dessa me recordo porque eles tocavam o bom e velho rock'n roll) e um pré-convite para: Agora o Tico Mia vai miar no Rock Drink's (dia 14/04- lembram-se desse bar na Nações?). Não constam nos panfletinhos os anos em que aconteceram as festas, mas já é uma grande recordação de um momento inesquecível que todos nós vivemos. A caixa? Já estava arrebentando com o peso do material ali guardado. Joguei-a fora e tratei de dar um destino melhor para aquele pedaço de vida bauruense e unespiana que sempre respirou lá dentro.

4 comentários:

  1. Nossa, Keuly, quantas lembranças ótimas!!!! Eu, particularmente falando, adorava o Vampu Fervo. Acho que fui a todas as edições da nossa época. Eu adoraria ter meus trabalhos, mas um incidente que vou contar aqui qq dia desses os roubou da minha vida. Bj

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  2. Oi, Keully!! Entre as grandes festas, tinha tambem a classica Baticun, promovida no patio da cantina pelos DAs e CAs. O Rock Drinks era otimo, nao? Nunca mais conheci um lugar agradavel como aquele e que tocasse o rock que rolava la!! E eu me lembro dessa banda Abusyusy. Uns cabeludos, mas que eram mais pop do que rock. Soh tocaram naquela festa, mesmo. E O Fulo de Pessegueiro tinha um amplo repertorio: Ramones/ Raimundos/ Ramones/ Raimundos/ Ramones... Tinha tambem Soneca e Banda, que tocavam "Meu Erro". E um som legal fazia aquela banda Coringa.

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  3. Helena, eu tenho um bom número de trabalhos em grupo que fiz com o pessoal. Acho que ninguém queria ficar com eles e acabei guardando. Com vc, me lembro daquele trabalho de jornalismo radiofônico para a Ana Rosa. Vc que sugeriu o trabalho com o livro "GAto preto", de Edgar Allan Poe! Fabio, forcei a memória para o Baticun, mas não me veio à cabeça... Além das festas, me recordo do Armazém, na Sete de sEtembro. Grande bar: só com grupos bons de rock. Me lembro quando fui no show dos Irmãos CAra de Pau...

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  4. Cara, quase tive um troço agora, digitei "Fulô de Pessegueiro" no google, não sei por quê, só sei que achei esse blog!!! Eu era o baixista dessa banda e existe alguém nesse mundo que lembra!? Quase chorei de emoção agora! Faz mais de 15 anos!!! E vou te dizer: essa festa foi muito boa! Que tempo bacana, não me lembro de você, Keuly mas se você ainda tiver contato com algum amigo jornalista daquela época, é só perguntar pelo "Feinho" que alguém deve lembrar...

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