segunda-feira, 19 de abril de 2010

Quando eu era jornalista

Desde que deixei a redação, há três anos, ouço uma pergunta na minha cabeça: ainda sou jornalista?

E, às vezes, cometo o ato (falho?) de soltar um "quando eu era jornalista" no meio de uma conversa.

Isso porque hoje trabalho em assessoria de imprensa. Por mais clichê que seja, admito que sempre considerei jornalista de verdade aquele que trabalha na redação. Exatamente o do clichê: que toma café, que fuma horrores, não dorme, não come... Durante 10 anos eu vivi, de forma completamente apaixonada, isso.

Mas tudo cansa (falta de noites bem dormidas, falta de tempo para a família e o lazer, falta de dinheiro e excesso de problemas, de brigas, de lutas inglórias, de inimizades). E mandei-me para a área dos concursos públicos, tentando acreditar que nunca morreria em mim o que meu chefe chamava de "aguerrida jornalista".

Aí outro dia vi a foto do pai chorando a morte do seu filho de 8 anos no RJ, soterrrado. E li com tristeza infinita a explicação de que o garoto estava vivo, pedindo socorro ao pai, quando veio outro deslizamento que impediu seu resgate.

E senti vontade de chorar, daquelas grandes, que deixam nossos olhos vermelhos e úmidos. Passei o resto do dia mal, imaginando o sofrimento do pai.

No outro dia, decidi ler somente o Valor Econômico, que não tem, como eu disse, "essas notícias de desgraceira". Foi uma revelação. Nunca antes eu havia chorado por causa dessas notícias.

E ao pensar no que mudou, vi que eu mudei. Ou melhor, a jornalista que eu era.

Enquanto jornalista, nunca me abalava com essas coisas. Só sentia, sempre, a mesma coisa: indignação. Uma indignação raivosa, que desembocava sempre nos políticos corruptos, a quem eu sempre culpei por tantas desgraças cotidianas do nosso Brasil.

Hoje não consigo sentir isso. Sinto-me agora como qualquer pobre mortal brasileiro, sinto suas dores. Mas elas vêm acompanhadas de um sentimento de "o que é que posso fazer?", "a vida é assim mesmo"...

Gostava mais de quando me sentia indignada. Me dava uma enorme energia para tentar mudar o mundo.

Gostava mais de quando eu era jornalista.

;)

sexta-feira, 26 de março de 2010

Pautas

Esses dias liguei pra Vi Maia e pro Fabião pra atualizar os contatos profissionais, para mandar pautas. Depois, em casa, me toquei: a gente podia usar este espaço para isso também...

Durante a minha existência profissional, já falei com a Vi, com o Fábio, com a Fabiana Assis (que estava, na época, assessorando a Telefônica!), com uma menina que trabalha sentada ao lado da Keulhy, com a Déia e suas colegas...

Vou deixar aqui os meus contatos. Coloquem os de vocês também, ok?

Thelma Kai
Assessoria de imprensa dos Correios (Brasília-DF)
Tel: 61 3426-2014
e-mail: thelmakai@correios.com.br ou imprensa@correios.com.br (esse é um e-mail comunitário, outras pessoas podem ver)

Por enquanto, estou trabalhando das 8h às 14h (horário reduzido para amamentação, porque afinal, ser mulher TEM QUE TER alguma vantagem ohohohohoho).

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Uma dúzia de anos...

A Helena chamou a atenção pelo Twitter. Eu, com um misto de inconformidade e saudade, replico o dado: lá se vão doze anos daquela colação de grau que encerrou oficialmente nossa condição de "profissão: estudante". Ainda que jovens, somos jornalistas veteranos.