sexta-feira, 23 de outubro de 2009

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Isso sim é infografia!



















Imagem gentilmente cedida por Viviane Maia

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Respiro

Há algumas semanas, Anderson Gurgel me enviou um convite para integrar este blog. Não acreditei quando entrei e vi a relação de nomes de pessoas conhecidas que, de alguma forma, fizeram parte de minha trajetória de vida em Bauru. Coincidência ou não, há cerca de 2 meses um amigo que fez Letras na Unesp de Assis me pediu emprestado algum livro de jornalismo sobre lead e pirâmide invertida. Ele pretendia dar uma aula sobre redação jornalística (depois daquela descabida decisão do STJ, parece que todo mundo quer ser jornalista sem diploma). Fui procurar o material da faculdade. Lembrava que tinha um punhado de xerox de livros e capítulos de obras de Adorno, Marcuse, Benjamin, Humberto Eco, Freud, Saussure, da teoria da Bala Mágica (da aula de Sociologia do Murilo), etc, etc, etc. Pensei: o que ele está querendo é o livro do Nilson Lage. Bem prático, didático e incisivo sobre a redação jornalística. Também me recordava de que tinha guardado todo esse material numa caixa vermelha, afora os cadernos e as agendas. Quando encontrei a caixa, abri e a primeira surpresa foi encontrar os livros "Jornalismo Fin-de-Siècle", de Ciro Marcondes Filho, e "O que é Jornalismo", de Clovis Rossi. Automaticamente, meu pensamento voou para o Guilhermão, onde tivemos uma palestra com o mito vivo do jornalismo (logo depois, ainda lembrei-me de Caco Barcelos, de jaqueta de couro, descendo as escadas para nos ministrar palestra também no Guilhermão num outro dia. Pensei comigo: poxa vida, já faz 10 anos isso! E não era que o livro de Nilson Lage era um dos últimos acomodados no fundo da caixa? Mas até encontrá-lo, continuei mergulhando naquele universo vivido há uma década. Além dos xerox, encontrei vários trabalhos produzidos em grupos. Os nomes dos colegas, e suas respectivas imagens, vinham fácil à cabeça. Um flashback incrível. Fui passando as páginas e os nomes aparecendo. Legal lembrar que fiz trabalhos com várias pessoas e não tão somente com aqueles que tinha mais afinidade. Isso contribuiu para ter uma lembrança boa de praticamente todo mundo. Para minha surpresa, no meio do material achei panfletos de festas - alguns impressos, outros xerocados de desenhos feitos à mão por universitários da Unesp. Acho que todo mundo tem na memória os nomes das festas mais badaladas: Vampu Fervo e Tico Mia. Mas o que tenho aqui (e quase joguei fora antes de compartilhar neste blog) são: Boogie Woogie - a Festa do Tombo (dia 13/06 na avenida Cruzeiro do Sul); Vai comé ou qué quimbrulhi? (dia 28/07 no estacionamento da Unesp, com as bandas Abusyusy (não lembro dessa) e Fulô de Pessegueiro (dessa me recordo porque eles tocavam o bom e velho rock'n roll) e um pré-convite para: Agora o Tico Mia vai miar no Rock Drink's (dia 14/04- lembram-se desse bar na Nações?). Não constam nos panfletinhos os anos em que aconteceram as festas, mas já é uma grande recordação de um momento inesquecível que todos nós vivemos. A caixa? Já estava arrebentando com o peso do material ali guardado. Joguei-a fora e tratei de dar um destino melhor para aquele pedaço de vida bauruense e unespiana que sempre respirou lá dentro.

sábado, 17 de outubro de 2009

Datas de 1994



Gente, no embalo do post da Thelma sobre agenda, fui consultar a minha:

- no dia 28 de abril fomos visitar o Jornal da Cidade e depois houve a "histórica noite dos copos", estrelada pelo violão do Ricardo, as jornaletes Déa, Luiza, Rê Meffe, Ana Karla e Daniela dançando e, claro, os copos voadores do Fábio. Tudo isso no saudoso Vilão.
- no dia 21 ju julho comeram meu bolo de cenoura: Alessandro, Daniel, Déa, Viviane, Rê Meffe, Daniela e Fábio.
- no dia 8 de outubro fomos à Getulina.
- no dia 10 de novembro badalamos no Lual da Pensão da Tera.

Entre outras várias datas.

Na foto, Av. Duque de Caxias, Bauru.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Arrependimento

Em maio deste ano mudei de apê e, na hora de encaixotar a mudança, achei minha agenda de 1994. Fiquei olhando para aquele objeto meio descascado e bastante sujo durante alguns segundos, até que a minha recente lógica da utilidade falou mais alto: serve para alguma coisa? Não? Então é lixo. E lá se foi a agenda para uma caixa de recicláveis.

Alguns minutos depois, incomodada, peguei a agenda da caixa. Abri e caiu em uma página que tinha um papel grampeado. Era um desenho feito à caneta, uma caricatura da Terezinha, feita pelo Ricardo. Dei risada e continuei revirando a agenda. Cheia de propagandas ilustradas de festas: festa do predinho da curva, Tico Mia, aquela Maratona Etílica com mapa e tudo, e aquela festa de república perto do Pappa Tutti (qual era mesmo o nome?).

Achei também inúmeras daquelas listas que costumávamos passar pela sala de aula: uma sobre o Ari, outro sobre o Le Bon, e ainda uma que rodou a turma enquanto estávamos no auditório do Estadão na Semana Estado de Jornalismo, recheada de trocadilhos sobre o Alfredo Belmont e que talvez a maioria não tenha visto (em uma foto que guardo desse dia, quase todo mundo está dormindo naquelas cadeiras confortáveis...).

Enternecida por essas lembranças, separei a agenda. "Lembranças queridas não devem ser jogadas no lixo". O problema das coisas velhas, porém, é o pó. Em alguns minutos, meu nariz e meus olhos estavam em brasa por causa da faxina da mudança. Olhei desconfiada para a agenda novamente. Cheia de pó. Eu sou alérgica, meu filho é muito mais alérgico ainda e eu estava para ter um bebê. Não estava levando nada empoeirado para a casa nova. E lá se foi, dessa vez definitivamente, a agenda. Minhas queridas memórias abandonadas e assassinadas por este meu novo eu, prático, lógico e sensato...

Ironias do destino. Durante todos esses anos, eu me acostumei a rever a agenda com uma certa frequência. Mas justamente naquele dia, não consegui imaginar sequer uma minúscula utilidade para ela. E então, alguns meses depois, surge esse blog. Animada, pensei em escanear todo aquele material e zás, e zás, postar no blog, e zás, e zás (até que o Kiko da minha consciência ordenou que eu me calasse porque a agenda estava no lixo...).

Sorry. De tudo que havia naquela agenda, tem uma coisa que nunca vou esquecer. Uma das listas era sobre os medos que tínhamos. E o Ricardo disse que quando era criança tinha medo do barulho da descarga da privada porque achava que era o Minotauro!!!

Sempre achei isso engraçadíssimo. Mas agora, minha bebê de dois meses dá pulos no berço ou no carrinho, totalmente em pânico, quando alguém aciona a descarga do vaso sanitário. Ela ainda nem sabe o que é o Minotauro... e agora toda vez que isso acontece eu me lembro do Ricardo!

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Dos amores e dores

Hoje à tarde peguei um táxi rumo à Puc para uma aula do doutorado. Mau humor a mil depois de mais 150 provas corrigidas em 2 dias. Assim que entrei no carro comecei a ouvir uma música brega, pegajosa, mas que me levou para o túnel do tempo.

Era "Have you ever really loved a woman?", Bryan Adans, trilha do filme Don Juan de Marco. O filme, péssimo, foi visto por todas as mulheres do planeta porque o tal do Don Juan era interpretado pelo Jonnhy Deep. O filme foi visto, claro, também por esta que escreve.

Daí que a música me transportou para os tempos de faculdade. O filme foi lançado quando estavámos no segundo ano, 1995. E a música me lembrou daquelas manhãs de cantina, daquelas tardes quentes e daquelas noites insones, quando falavámos, andavámos e sofríamos. E como sofríamos! Tudo por amor, ou, muitas vezes, por amores.

Era o grande tema da maioria de todos nós. As tardes, modorrentas e muito quentes, eram perfeitas para se bater perna com o amigo ou amiga confidente e falar das nossas dores. Dores tão grandes e profundas naquele momento. Dores, hoje, ternas e suaves, num daqueles truques que só a memória consegue fazer.

A música é longa e deu tempo de encadear o pensamento para uma cena que vi na última terça à noite na Cásper. Um casal de alunos meus da mesma turma de jornalismo, namorados, andando de mãos dadas pelos corredores. Tenho quatro turmas lá, em duas delas há vários casais.

Os alunos, tão jovens nos seus 20 e poucos anos, lembraram a minha própria história. Fiquei pensando se os dois irão se casar um dia, morar juntos, ter filhos. Eles estavam tão bonitinhos juntos, pareciam tão sérios e tão crianças ao mesmo tempo! E me lembrei de mim e do Anderson. E de como o tempo passa e de que lá se vão 15 anos desde o primeiro dia.

Bem, nesse fim de pensamento a música acabou. A próxima música era "Don't dream its over", do Crowded House, minha memória pulou para meus anos de ginásio e o túnel do tempo perdeu a graça. Bom mesmo é lembrar de Bauru, de tantos amores, sofrimentos e tardes modorrentas.