quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Dos amores e dores

Hoje à tarde peguei um táxi rumo à Puc para uma aula do doutorado. Mau humor a mil depois de mais 150 provas corrigidas em 2 dias. Assim que entrei no carro comecei a ouvir uma música brega, pegajosa, mas que me levou para o túnel do tempo.

Era "Have you ever really loved a woman?", Bryan Adans, trilha do filme Don Juan de Marco. O filme, péssimo, foi visto por todas as mulheres do planeta porque o tal do Don Juan era interpretado pelo Jonnhy Deep. O filme foi visto, claro, também por esta que escreve.

Daí que a música me transportou para os tempos de faculdade. O filme foi lançado quando estavámos no segundo ano, 1995. E a música me lembrou daquelas manhãs de cantina, daquelas tardes quentes e daquelas noites insones, quando falavámos, andavámos e sofríamos. E como sofríamos! Tudo por amor, ou, muitas vezes, por amores.

Era o grande tema da maioria de todos nós. As tardes, modorrentas e muito quentes, eram perfeitas para se bater perna com o amigo ou amiga confidente e falar das nossas dores. Dores tão grandes e profundas naquele momento. Dores, hoje, ternas e suaves, num daqueles truques que só a memória consegue fazer.

A música é longa e deu tempo de encadear o pensamento para uma cena que vi na última terça à noite na Cásper. Um casal de alunos meus da mesma turma de jornalismo, namorados, andando de mãos dadas pelos corredores. Tenho quatro turmas lá, em duas delas há vários casais.

Os alunos, tão jovens nos seus 20 e poucos anos, lembraram a minha própria história. Fiquei pensando se os dois irão se casar um dia, morar juntos, ter filhos. Eles estavam tão bonitinhos juntos, pareciam tão sérios e tão crianças ao mesmo tempo! E me lembrei de mim e do Anderson. E de como o tempo passa e de que lá se vão 15 anos desde o primeiro dia.

Bem, nesse fim de pensamento a música acabou. A próxima música era "Don't dream its over", do Crowded House, minha memória pulou para meus anos de ginásio e o túnel do tempo perdeu a graça. Bom mesmo é lembrar de Bauru, de tantos amores, sofrimentos e tardes modorrentas.

7 comentários:

  1. Querida Helena, que reflexão gostosa. Eu também, quando vejo um casal de alunos de jornal, logo lembro de vcs. E tem uma música que me remete diretamente à Unesp: "Perhaps Love". Sempre que ouço, lembro da aula de inglês da Mary Dota. Até que o Márcio levou uma letra do The Doors, dando um caráter mais rock´n roll para nossa professora... Bjo grande.

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  2. uh, Perhaps Love, muito bem lembrado!!!

    Helens, eu não assisti Don Juan de Marco, acredita? Tbm não assisti Instinto Selvagem... e uma porrada dessas coisas que todo mundo viu.

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  3. Helen, que saudades dessa época. Das confidências, dos namoricos (e dos que se tornaram sérios) e até mesmo daqueles sofrimentozinhos que, perto dos que temos hoje, são apenas boas lembranças.
    Thelma Yeda Maria, vai falar que não viu "Curtindo a vida adoidado" tbm? Tem um menino que trabalha comigo que nunca viu esse filme... Esses jovens... ;-)

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  4. nossa, isso parece que foi ontem... graças a Deus, já esqueci dessas músicas... hehehe, mas tenho boas lembranças daquela época.

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  5. Lelena!!!! Vivemos tudo isso juntas, né? Bom demais, saudade, saudade gostosa!
    Amei seu texto! Beijos Jô

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  6. Helena, adorei o "e como sofriamos!". Perfeito! Como a gente era, ne? Parece que o sofrimento vinha primeiro e, depois, a gente arrumava uma explicacao pra ele.
    Eu tambem sou muito teletransportavel pela musica. Alias, voce ja viu aquele DVD de clipes oitentistas que tem circulado por ai? Coisas como "Built" (se nao me engano, esse eh o nome - eh aquela musica do "pa-pa-pa-pa-pel"...), "Total Eclipse of the Heart" ("turn around..."), "Kerry", e por ai vai. Uma delicia. Mas, no fundo, no fundo, bate um sofrimentozinho - pra nao perder o costume. Beijos!

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  7. A Vi Maia outro dia enviou pra uma galera um diagrama para entender o "Total Eclipse of the Heart" ahaha vou ver se posto aqui.

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